Tanto o Photoshop como o Lightroom já contam com boa dose de recursos de Inteligência Artificial nas atuais versões.
O Lightroom Classic, que é a versão para desktop, na sua versão 12.5 (maio/2023) conta com muitos recursos de IA na hora de fazer ajustes localizados. Ele é capaz de reconhecer pessoas, objetos, área de céu e o fundo da imagem.
Nas fotos com pessoas, ele identifica cada uma delas caso existam mais de uma na cena. E em cada uma, pode fazer ajustes na pele, nos olhos, na boca e até mesmo na roupa sem a necessidade de selecionar nada. Ele reconhece cada um destes elementos em cada pessoa que aparece na imagem.
Outra grande vantagem é que é possível aplicar um destes ajustes de uma foto (imaginem que a pele de uma pessoa foi suavizada) em várias outras imagens da pasta. Mesmo que a pessoa tenha se mexido ou nas fotos seguintes apareça em posição diferente, o programa reconhece a mesma área e aplica o ajuste. Isso permite que se criem presets levando em conta os ajustes localizados. É uma economia de tempo considerável no fluxo de trabalho.
Mas grande novidade nesta área é o Generative Fill (preenchimento generativo) no Photoshop. Surgiu primeiro na versão beta no primeiro semestre de 2023 e com algumas melhorias, foi oficialmente lançado na versão 25 do software, a qual leva o nome de Photoshop 2024. Muitos comentaram que este recurso é o maior upgrade na vida do aplicativo, mesmo já tendo mais de três décadas.
A partir de uma imagem qualquer, basta aumentar o tamanho do canvas e o software, baseado na imagem original, complementa a foto. Pode-se escrever aquilo que se deseja criar na imagem ou deixar que ele mesmo complete a cena. Atualmente ele gera imagens com 1024px por 1024px, o que é pouco mesmo para uso em tela. Usando alguns atalhos, como ir aumentando a foto em blocos deste tamanho, se consegue um bom resultado, sem problema algum de resolução.
Até o dia 31/10/2023 esse recurso poderá ser utilizado livremente no software. A partir de 1/novembro, cada vez que for gerada uma imagem será cobrado 1 crédito. Assinantes dos pacotes da Adobe recebem créditos para serem utilizados. Se você assinar o pacote completo, leva 1000 créditos. Assinando o pacote de fotografia (PS + LR) leva 250 créditos. Ao final do mês, créditos não utilizados são zerados. Se precisar, pode comprar 100 créditos por R$ 21,00. Caso fique sem créditos, ainda pode usar o recurso, mas ele vai ser muito mais lento ou inviável no momento se a procura for grande.
E Firefly é o novo aplicativo da Adobe. Ele permite criar imagens à partir de textos, fazer preenchimento generativo, efeitos de texto e outras coisas. Tem uma versão gratuita, mas basicamente vai funcionar por créditos.
Algumas conclusões bem óbvias. O fluxo de trabalho ficou muito mais rápido. Ficou fácil fazer ajustes sem ter que selecionar nada e muito fácil de remover aquilo que não se deseja. Outra certeza é que a Adobe vai faturar cada vez mais e aqueles que detestam o modelo de assinatura vão ter mais motivos para reclamar. Mas a maior certeza é que 2023 é um marco definitivo na questão de não termos mais capacidade de definir se as fotos apresentadas são ou não reais. Cada vez mais você vai ter que acreditar no autor e seus valores, pois nas imagens não vamos mais encontrar elementos que garantam sua autenticidade.”